segunda-feira, 2 de junho de 2008

Estímulos da mídia apressam sexualidade infantil

A educação sexual se inicia dentro do convívio da família. Mesmo hoje, ainda existem famílias que preferem não tocar "neste tipo de assunto". Mas há também as que estimulam demasiadamente o diálogo sobre sexualidade. Essa falta ou excesso estimula a curiosidade e quando as dúvidas ficam guardadas, podem torná-los introspectivos, ou até mesmo levarem-nos a cometer erros por falta de esclarecimento. Os seres humanos já nascem por natureza com necessidades desde o início da vida. E a educação sexual na infância, segundo a psicóloga Nina Oliveira, vem junto com o emocional e a maturidade. Um exemplo é a amamentação. A criança sente fome, Quando a mãe sacia a fome do bebê, transmite-lhe uma sensação de acolhimento, de conforto e de calor humano.

Quando essa criança cresce passa a ver as representações do mundo na televisão, cinema, internet. Esses meios de comunicação podem ser os principais influenciadores do comportamento infantil. A mídia induz ao consumismo e a repetição estereótipos que se tornam referência para o ser em formação. Com isso promove uma diminuição da fase infantil, gerando uma erotização precoce. Segundo Fernanda Rocha, psicóloga, hoje as crianças recebem informações diversas e as absorvem rapidamente, sem poder de discernimento. Segundo dados do Ministério da Saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) mostra que a maior parte das internações de meninas de 10 a 14 anos ocorre em conseqüência de problemas com gravidez precoce e abortos mal-sucedidos. Somente no ano de 1998, foram prestados 32.000 atendimentos dessa natureza. A mídia tem uma responsabilidade ética em relação à criança, mas na televisão os efeitos negativos dessa falta de prioridade dos valores morais e sociais são, primeiro, a banalização da sexualidade, segundo a identificação da criança com modelos e jovens que atendam aos padrões estéticos, fazendo com que essas crianças, gostem, queiram e se comportem da mesma forma. Um exemplo foi a época em que se lançou o grupo É o Tchan e Calypso. Viam-se crianças dançarem, cantarem e se vestirem iguaizinhas ao que se passava na televisão. Para a criança isso pode trazer uma satisfação momentânea, pelo fato de ser o centro das atenções. Mas acaba sendo fisgada por um apelo sexual, que caminha na contramão da sua condição de ser criança.

Na publicidade infantil, segundo o publicitário Roberto Dutra, as propagandas destinadas às crianças e com crianças passam por uma série de restrições, quanto ao uso da imagem ou apelo. O Conar, órgão que fiscaliza e gerencia as normas estipuladas para a veiculação de campanhas publicitárias faz um trabalho de fiscalização das propagandas direcionadas o público infantil. Outro influenciador de comportamento é a moda infantil. Mães vislumbram em suas filhas o que elas gostariam de estar usando e vestindo, mas não podem. Projetam na criança a moda adulta, só que no tamanho infantil. Nos shoppings, mães e filhas trocam de papéis. Mães querem voltar a ser jovens e filhas querem crescer rapidamente. Nessa situação da qual a criança é alvo, os pais podem monitorar a evolução na educação sexual de suas crianças, buscando programas, brinquedos e roupas de acordo com a faixa etária de cada uma. Participando ativamente do que sua criança vê e escuta, podem ajudar a desenvolver a autocrítica, o senso do que é certo ou errado. Algumas atitudes ajudam no esclarecimento, na forma de raciocinar de acordo com a sua idade física e mental, contribuindo para um desenvolvimento psíquico mais saudável.
Suzana Gondim\

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