De acordo com a pesquisa de comunicação terapêutica, de cada quatro pessoas que procuram algum tipo de tratamento, apenas uma consegue se livrar das drogas. A dependência de drogas e do álcool vêm aumentando assustadoramente nos últimos anos.
Segundo os especialistas em terapias de ajuda, hoje em dia as pessoas estão sujeitas a um freqüentam, mas também pelas más companhias e a freqüente ausência dos pais, que acaba por favorecer essas condições. Os principais alvos são os adolescentes, pois nessa fase passam por uma afirmação de personalidade. As mudanças de temperamento, as novas descobertas e explosões emocionais contribuem para que surjam problemas de personalidade. Eles se sentem livres para conhecer e viver novas aventuras, sem pensar muito nas conseqüências.
Segundo o Terapeuta Raul Cezar Linhares que trabalha como voluntário há oito anos do Cerene (Centro de Recuperação Nova Esperança) em Palhoça, a educação bem planejada e assumida pela família e pelos órgãos competentes é a melhor forma de combater a dependência química. São muitos os fatores que levam uma pessoa a consumir drogas:- A falta de formação, as más companhias, a própria solidão e as decepções e desentendimentos com os pais e outros desconfortos. Nessa situação, as drogas podem se apresentar como a solução dos problemas, como uma saída para os sentimentos de dor e solidão. As pessoas acabam se isolando e se tornando hostis e egoístas. Para conseguir as drogas, elas mentem, roubam e até matam.
Assim como vários grupos de ajuda aos dependentes químicos, o Cerene trabalha com internação voluntária. Criado em 1989, o programa conta com ajuda de psicólogos, terapeutas e médicos. Os dependentes recebem acompanhamento psicológico, participam de palestras, terapias em grupo e têm acompanhamento individual por profissionais.
O tratamento tem duração de seis meses e passa por quatro etapas diferentes. Nos primeiros 30 dias o interno fica proibido de sair ou receber visitas. Na próxima fase a família é envolvida, e somente após 75 dias o interno começa a reintegração social – explica o terapeuta. Além de palestras e ajudas psicológicas, o tratamento envolve tarefas, aulas, prática de esportes, convivência com animais, entre outras atividades:- Os internos recebem tarefas e responsabilidades. Isso faz com que se sintam importantes. O tratamento cristão que recebem aqui faz com que eles aprendam mais sobre si próprios, a entender melhor quais desordens psíquicas os levaram ao uso das drogas.
Além dos problemas psicossociais, a dependência é uma doença crônica. Ela exige tratamentos longos, cuidados pelo resto da vida, podendo ter recaídas, pois assim como as doenças crônicas, a dependência química não tem cura, é apenas mantida sob controle.
Casos de dependência alcoólica como o de Ubirajara Lemos, ou apenas Bira como é chamado pelos outros colegas é muito comum nos dias de hoje:- Hoje tenho 37 anos e estou tentando a cura há mais de 17 anos. Fui largado pela minha família e desde então já fui internado seis vezes. O tratamento que recebo aqui me ajuda a ter fé e forças para seguir em frente. No mês que vem acaba meu tratamento e confesso que tenho medo de uma recaída. Foi muito difícil me reintegrar à sociedade e vencer a vontade de beber. É uma luta diária.
Andrea Artmann
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